quinta-feira

NOTAS DE PRODUÇÃO

QUANDO EU MORRER foi rodado sem apoio do ICA.
Concorreu a dois concursos selectivos para o Apoio à Produção de Curtas-Metragens e ficou muito mal classificado.

Apesar disso a Alfândega-Filmes acreditou no projecto e conseguiu reunir as condições necessárias para rodar durante três dias.

Para tal foram preponderantes a boa vontade de toda a equipa técnica e artística, bem como alguns apoios, dos quais não podemos deixar de destacar o do melhor restaurante da cidade do Porto, o Restaurante Abadia, que nos alimentou durante a rodagem.

A equipa foi constituída por um misto de profissionais muito experientes e outros que estavam a começar a sua carreira. Apesar de todas as condicionantes, e de alguns problemas que surgiram ao longo da produção, consegui-se um produto final muito satisfatório e é bastante gratificante verificar a boa carreira que o filme efectuou, tendo participado em festivais na Roménia, no Chile, no Brasil, na Dinamarca, na Áustria, no Canadá, em Porto Rico e nos Estados Unidos da América.
Entretanto, foi conseguido um financiamento do ICA para a promoção, tradução e legendagem.

Ao longo do processo tivemos alguns episódios interessantes e algumas coincidências curiosas:

1. Os primeiro décors que foram escolhidos eram num prédio na Rua Sá da Bandeira, da baixa portuense. Nesse prédio apenas dois apartamentos estavam habitados, os outros haviam sido transformados em consultórios e escritórios. Num dos apartamentos vivia um casal muito idoso, o senhor estava muito mal e podia morrer a qualquer instante. No outro, onde filmamos as cenas do quarto e do corredor, vivia uma Enfermeira/ Parteira.

2. Enviamos pedidos a todas as funerárias do Porto, porque precisavamos de um caixão e de um carro funerário. Respondeu-nos de forma positiva a Funerária das Condominhas. Depois de várias reuniões marcamos uma tarde para ir com o Luís Vieira Campos para ele escolher o caixão, dentro das diversas possibilidades que existiam. Quando lá chegamos o Luís olhou para o Sr. Manuel , o dono da funerária e disse: “ Eu acho que o conheço... foi o senhor que fez o funeral da minha mãe.” O Sr. Manuel perguntou-lhe como se chamava a mãe, verificou no computador e respondeu que sim, que era verdade.

3. Aurora Gaia, a actriz que faz de viúva, ficou de facto viúva pouco tempo depois de a rodagem terminar.

4. Odete Môsso, a actriz que fazia de jovem grávida, estava de facto grávida e quando o seu filho nasceu deu-lhe o nome de Vicente. Sem saber que este é o nome do segundo filho de Luís Vieira Campos.

Uma palavra final para o Jorge Loureiro (SUBPALCO) que deu uma contribuição fantástica para montar o elenco do filme e outra para a música extraordinária composta pelo Manel Cruz. A canção QUANDO EU MORRER e que foi integrada no seu projecto FOGE FOGE BANDIDO foi composta numa semana. Quem conhece o Manel sabe o que isso significa…

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